Durante o debate de urgência, promovido pelo CDS, sobre turismo e acessibilidades, o deputado Alonso Miguel, lamentou que “numa altura em que se aposta fortemente no turismo como um dos motores para o desenvolvimento da Região, tendo em conta a liberalização dos transportes aéreos nos Açores, de uma forma geral, os resultados obtidos não têm correspondido às expetativas”.
Alonso Miguel realçou que o CDS “está preocupado com as acessibilidades e com o turismo nas ilhas do Grupo Central, tendo em conta os resultados verificados na ilha Terceira, que, como é lógico, serve também de plataforma de captação de turistas para as restantes ilhas”.
O deputado do CDS descreveu os últimos resultados publicados relativos ao turismo na Região, destacando que a ilha Terceira “foi a que menos cresceu no último verão IATA em termos de passageiros desembarcados e que o Aeroporto das Lajes foi o único na Região a registar quebras nos meses de junho e julho de 2018, relativamente a 2017”. Quanto aos números de dormidas registados em janeiro de 2019, Alonso Miguel lamentou que a “Terceira tenha registado uma quebra de 20%, São Jorge de 17,5% e a Graciosa de 6,6%”. Face aos últimos resultados obtidos no turismo, e considerando que a “situação nos próximos meses será dramática e terá um reflexo negativo em termos económicos para as ilhas do Grupo Central”, Alonso Miguel exigiu, da parte do Governo Regional, “uma atuação firme e soluções concretas”.
Relativamente à ligação aérea Madrid-Terceira, suspensa em outubro de 2018, o deputado democrata-cristão considerou que esta “deveria ter sido retomada já em janeiro, à imagem do que aconteceu no ano transato, em vez de ser retomada apenas em outubro”, visto que o “mercado espanhol tem grande importância para o turismo da Terceira” e que a sua ausência está na “origem das quebras registadas no número de dormidas da ilha durante a época baixa, agravando uma tendência que já se vinha a notar desde o verão”.
Alonso Miguel destacou ainda que a “decisão da Atlânticoline em manter a suspensão da Linha Lilás, que faz a ligação marítima entre Angra do Heroísmo e a Calheta, no próximo verão, agrava esta situação já de si delicada”. O deputado do CDS considerou também que é “fundamental que a SATA redefina a sua estratégia e que, de uma vez por todas, se foque em servir os Açorianos em primeiro lugar”.
Para o CDS, “este é um cenário muito pouco animador para a ilha Terceira e com impactos negativos para as restantes ilhas do Grupo Central, que se traduz em menos ligações aéreas do exterior da Região, menos passageiros desembarcados, menos ligações inter-ilhas, menos dormidas e, logo, na redução dos proveitos”, pelo que é “urgente que se estabeleçam novas rotas diretas e que se captem novos fluxos turísticos para a ilha Terceira, nomeadamente a partir de mercados atrativos como, por exemplo, do Canadá ou Alemanha, como tem sido reivindicado pelo tecido empresarial”.
Em face do diagnóstico feito ao nível do turismo e acessibilidades, o Grupo Parlamentar do CDS anunciou apresentará, na Assembleia Legislativa, uma iniciativa legislativa, para que seja nomeado o delegado de turismo na ilha Terceira, na expetativa de que esta medida possa representar um “contributo decisivo para uma melhoria substancial na gestão do setor turístico da Região”.
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