Artur Lima, Presidente do Grupo Parlamentar do CDS, considerou, esta quarta-feira, durante a interpelação ao Governo Regional sobre transportes e acessibilidades promovida pelo CDS, que “os Açorianos sabem que os sucessivos governos socialistas não foram, em mais de 20 anos, capazes de concretizar uma estratégia integrada de transportes que garantisse a mobilidade dos Açores e respondesse aos desafios do nosso desenvolvimento económico e social”, realçando que está em causa "o superior interesse" das populações "que se veem constrangidas a viver com a supressão e a degradação das respostas que a administração pública regional deve conferir às suas necessidades coletivas".
Para o CDS, “esta governação socialista falhou nas políticas públicas de transportes e legitimou modelos de gestão e de operação que conduziram ao descalabro financeiro do setor e empurraram o Grupo SATA para a situação de falência técnica”.
O Presidente do CDS salientou que “a governação socialista, em matéria de transportes e acessibilidades, é sistematicamente ultrapassada pela dinâmica dos acontecimentos e não consegue mais do que responder, em contingência, a cada novo caso de inoperacionalidade e constrangimento”, sendo disso exemplo “a evidente falta de planeamento atempado da operação marítima sazonal para este ano, que acabou com a denúncia do contrato relativo à embarcação prevista e obrigou a Região, com custos acrescidos, a recorrer ao mercado em cima da data do começo da operação”.
Artur Lima lamentou ainda que “haja Açorianos que não conseguem ter voos disponíveis para consultas e exames médicos agendados, colocando em causa o direito dos Açorianos aos cuidados de saúde”, não sendo igualmente aceitável, segundo o líder do CDS, que se verifique “a contínua supressão de lugares disponíveis nos voos inter-ilhas e sucessivos cancelamentos das ligações ao continente”. “Não podemos, por isso, aceitar que as políticas públicas de transportes, que não respondem às necessidades de transporte de todos os Açorianos e às necessidades das nossas empresas, sejam uma barreira a uma efetiva coesão económica e social”, relevou.
Artur Lima direcionou ainda críticas ao sistema de transporte de mercadorias que, na Região, não permite aos empresários um acesso atempado ao mercado, e às “frequentes alterações de estratégia e opções ruinosas de gestão” que continuam a “prejudicar e a onerar a Região, como é exemplo o caso do A330, que continua parado no Aeroporto Sá Carneiro, com um custo de 12 milhões de euros ao ano”.
Neste sentido, o Presidente do CDS questionou o Governo Regional, “se os direitos à mobilidade dos Açorianos estão a ser devidamente salvaguardados e se o planeamento da operação de transportes aéreos previsto para este verão, corresponde às necessidades dos Açorianos e das nossas empresas”. Relativamente ao processo de privatização da Azores Airlines, Artur Lima questionou o Governo sobre a sua concretização.
Para o CDS é preciso que este Governo clarifique se vai continuar a aceitar “a deterioração de ativos e permitir que a SATA caminhe para ser uma companhia aérea sem aviões, sem pilotos e sem tripulações, apenas alicerçada no recurso a ACMI´S, e se aceita continuar a ser confrontado com as constantes avarias de aeronaves e a concentração de operações de manutenção em períodos de acentuada procura de mercado”.
No entender do líder do CDS, “está em causa o direito à mobilidade de todos os Açorianos e o desenvolvimento económico e social das nossas ilhas”, pelo que “o CDS defende a afirmação de um novo paradigma de políticas públicas de transportes que contribuam para uma efetiva coesão social e económica das nossas ilhas e garantam um efetivo direito à mobilidade dos Açorianos”.
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