O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS, Artur Lima, lembrou, esta quarta-feira, que “há muito tempo que o CDS denuncia a falta de recursos humanos no Serviço Regional de Saúde, nomeadamente nas diversas especialidades médicas”, reiterando que “várias vezes, na Assembleia Regional, o CDS interpelou o Governo sobre o assunto”.
Artur Lima recordou que a última diligência feita pelo CDS foi um requerimento apresentado ao Governo Regional, que tinha como objeto o levantamento dos recursos humanos existentes no Serviço Regional de Saúde, e cuja resposta durou cerca de seis meses a surgir.
“A resposta do Governo Regional veio confirmar todas as suspeitas que tínhamos. O caso é particularmente grave no Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira (HSEIT)”, referiu Artur Lima, afirmando que “se não for feito nada no imediato, o CDS apresentará já em setembro uma iniciativa legislativa nesse sentido, uma vez que a situação tornar-se-á insustentável. É absolutamente urgente abrir vagas de especialidade para o HSEIT, sobretudo em algumas aéreas como em dermatologia, infectocontagiosas, urologia ou hematologia. A maior parte dos especialistas já têm perto de 60 anos e dentro de 4 ou 5 anos irão reformar-se”, salientou, demonstrando que “formar um especialista demora 4 ou 6 anos, após a conclusão do curso” e que “existem vários jovens médicos à espera de uma vaga de especialidade”.
Para o Presidente do CDS, a situação do Hospital da ilha Terceira “agravou-se ainda mais nos últimos tempos. A atuação da atual Presidente do Conselho de Administração e ex-Presidente da Saudaçor é uma coleção de erros que evidenciam, a cada dia que passa, uma incompetência de gestão que afeta gravemente os utentes”. Artur Lima lembrou que esta situação não tem nada de novo e era já expectável se atendermos ao facto de a atual Presidente do Conselho de Administração do HSEIT, enquanto responsável máxima pela Saudaçor, “não cumpriu com as suas atribuições económicas e financeiras de gestão dos serviços e entidades do Serviço Regional de Saúde, não cumpriu com o dever de elaboração de relatórios periódicos de gestão e não cumpriu em matéria de recursos humanos, demonstrando um desprezo total pelos doentes e uma grosseira e inqualificável incompetência”.
Neste sentido, para o líder do CDS, “a esta nova administração socialista o que sobra em benesses e privilégios para dirigentes e carreistas, falta em gestão séria e competente da saúde e um investimento determinado na proteção dos nossos doentes”, considerou.
Artur Lima afirmou ainda que o HSEIT não tem internos em formação em diversas especialidades médicas e perdeu idoneidade formativa em algumas áreas, receando, assim, que “o HSEIT venha, no futuro, a ser apenas um centro de saúde mais diferenciado que terá como missão atender os doentes mais agudos e reencaminhá-los para outros hospitais”.
Para Artur Lima, “a incompetência na gestão no HSEIT é de tal ordem que apesar de terem centenas de milhares de euros no orçamento para o combate às listas de espera cirúrgicas, nomeadamente da anca e do joelho, continuam a deixar os nossos doentes sem resposta, perpetuando o seu sofrimento”.
Para o CDS, de acordo com Artur Lima, “é imperativo que a nova Secretária Regional da Saúde ponha cobro a esta situação e resolva o problema. O CDS não prescinde de defender os açorianos e exige que o seu direito à saúde seja uma realidade de facto e não apenas letra de lei. O CDS jamais deixará que a incompetência prevaleça sobre o sofrimento e a necessidade dos doentes. É por isso que defendemos um novo paradigma de políticas de saúde que respondam às nossas populações e permitam uma gestão eficaz dos recursos disponíveis”.
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