CDS quer fim da incompetência na gestão do Serviço Regional de Saúde
Saúde

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS, Artur Lima, afirmou, esta quinta-feira, no âmbito do debate de urgência sobre o Estado de Saúde na Região, que “a inércia, a negligência e a consequente incompetência de gestão conduziram o Sistema Regional de Saúde a uma gestão de contingência”. Para o Presidente do CDS, “A incapacidade de inventariar as necessidades e apontar soluções conduziram à acumulação de sucessivos erros de gestão que comprometem hoje o funcionamento do sistema e implicam graves constrangimentos para o utente.”

Artur Lima considera que “a falta de planeamento e investimento conduziu o Serviço Regional de Saúde a uma realidade preocupante de envelhecimento do quadro de médicos, que, com a consequente aposentação e a inexistência de novos clínicos em formação, vai tornando permanente e irreversível a supressão prática de algumas especialidades médicas, que provocará, se nada for feito, daqui a 4 ou 5 anos, a incapacidade de funcionamento de várias valências do sistema e conduzirá a um inadmissível retrocesso nos cuidados de saúde na Região”.

Para o Presidente do CDS, “Temos hoje um Sistema Regional de Saúde que não foi capaz de evitar as longas e penosas listas de espera cirúrgicas. Temos hoje um Serviço Regional de Saúde que não foi capaz de manter a idoneidade formativa em algumas das especialidades, chegando-se ao ponto de o maior hospital dos Açores não ter especialista em dermatologia, enquanto no hospital da ilha Terceira apenas existe um”. Segundo Artur Lima, “Estamos perante uma política de navegação à vista incapaz de prever, planear e acautelar as necessidades de um efetivo e eficiente sistema de saúde que vai tornando permanente e irreversível a supressão prática de algumas especialidades médicas.”

O Presidente dos democratas-cristãos Açorianos perguntou ainda ao Governo “Quais as razões para explicar a reduzida e quase inexistente deslocação de especialistas às ilhas sem hospital, que se traduz em mais inconvenientes para os doentes, para as suas famílias e representam mais um aumento de despesa que é suportado por quem precisa? Quais as razões para explicar que se tenha acabado com a deslocação de especialistas à ilha do Pico e São Jorge para fazer consulta de Pacemaker que se realizava há mais de 20 anos? Quais as razões para explicar o que se passa no hospital da ilha Terceira em que uma sala, devidamente concebida para serem realizados todos os procedimentos médico-cirúrgicos para se instalar pacemakers, esteja, incompreensivelmente, a servir de armazém de serviços gerais? Quais as razões da discriminação efetuada aos utentes das Flores e do Corvo que têm passagem paga até à Horta, mas se quiserem, dentro do seu direito de liberdade de escolha, ir para outro hospital, têm de pagar do seu bolso a diferença?”

Artur Lima perguntou ainda sobre as razões pelas quais o Hospital de Angra não utilizou a verba cabimentada pelo CDS para reduzir as listas de espera cirúrgicas e que não foi utilizada para o seu fim específico e previsto, apesar de uma parte significativa da mesma ter sido já transferida pelo Governo.

O CDS inquiriu ainda a Secretária Regional da Saúde sobre se irá cumprir o acordo celebrado pelo anterior titular da pasta relativamente à recuperação do tempo de serviço dos enfermeiros, nomeadamente se será contado todo o tempo de serviço a que têm direito.

Para o líder da bancada do CDS, “A incapacidade de gestão e organizacional de que é exemplo a inexistência de quadros de pessoal próprios das unidades de saúde, são infelizmente questões que se arrastam há muito tempo juntamente com as incompreensíveis nomeações deste Governo na área da saúde. Temos gestores de reconhecida incompetência e provas falhadas que saltam de cadeira em cadeira ao longo dos anos, sendo até premiados por isso.”

Para o Grupo Parlamentar do CDS, de acordo com Artur Lima, “a saúde é uma área do saber que não se pode compadecer com o desconhecimento funcional do sistema. A região não pode continuar a suportar que os cargos de nomeação política sejam uma carreira, como acontece no Serviço Regional de Saúde. É preciso vontade e coragem política para pôr fim aos carreiristas e cadeiristas”.


CDS Açores
12-09-2019
Comunicação
Categoria: CDS Açores

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