O deputado Alonso Miguel criticou, esta quarta-feira, no âmbito da discussão do Plano e Orçamento da Região para 2020, o “falhanço redondo na implementação e funcionamento do Plano Integrado de Transportes dos Açores”, aliado à “passividade e lentidão com que se desenvolvem as obras públicas na Região”.
O deputado do CDS-PP notou que, apesar de o Plano Regional para 2020 prever um aumento do investimento para os transportes e obras públicas da Terceira, o mesmo “fica a dever-se, em grande medida, ao enorme aumento do capital social da SATA Air Açores”, além de refletir também “o reforço das verbas previstas para os investimentos a realizar em infraestruturas portuárias, nomeadamente no Porto das Pipas e no Porto da Praia da Vitória”, o que seria, de acordo com Alonso Miguel, “um motivo de satisfação, caso os terceirenses não tivessem já ouvido esta estória vezes sem conta”, já que “depois de mais de uma década e atravessando três mandatos do PS ao comando dos destinos da Região, a ilha Terceira continua sem dispor de um cais de cruzeiros, apesar de o investimento ter sido por diversas vezes anunciado”. Esta falha na execução de investimentos estratégicos é “um exemplo bem demonstrativo do autêntico fracasso que representou o PREIT”.
Em matéria de acessibilidades, o deputado centrista mencionou “os constrangimentos significativos na mobilidade dos Açorianos decorrentes da decisão de suspensão da linha lilás”, referindo-se à ligação marítima entre a ilha Terceira e a ilha de São Jorge, bem como “das limitações existentes ao nível das ligações aéreas operadas pela SATA entre a Terceira e Lisboa, e também o lastimável número de ligações aéreas entre a ilha Terceira e a América do Norte”, com “reflexos muito negativos ao nível do desenvolvimento do setor turístico na ilha”. Neste sentido, o CDS-PP considera “fundamental que se perspetivem novas rotas de ligação direta à Terceira e eventuais reforços das ligações aéreas já asseguradas”.
Relativamente à Aerogare Civil das Lajes, Alonso Miguel recordou a iniciativa apresentada pelo CDS-PP e aprovada por unanimidade, para que “o Governo Regional promovesse uma efetiva divulgação da certificação civil do Aeroporto das Lajes e para que potenciasse a captação de novos fluxos turísticos para a ilha Terceira”, lamentando que, passado um ano e meio da certificação, as escalas técnicas venham “a diminuir drasticamente e a divergir para outros aeroportos, alguns até de fora da Região, afetando a economia da ilha e da Região, sendo que o mesmo acontece em relação aos voos de Estado”.
O deputado Alonso Miguel declarou que, no entender do CDS-PP, “a gestão da Aerogare Civil das Lajes tem sido incompetente e desnorteada, com opções de gestão infundamentadas e de natureza duvidosa” e lamentou que “o alargamento da Placa Civil da Aerogare das Lajes, que há muito defendemos, continue a não fazer parte das opções do Governo Regional”.
Quanto a investimentos na rede viária e de acessibilidades terrestres da ilha Terceira, “o cenário é também dececionante”, considerou o deputado do Grupo Parlamentar do CDS-PP. “Para além das paupérrimas taxas de execução em 2018, de modo incompreensível, o Plano para 2020 prevê ainda um corte de 30,3% nas verbas destinadas à beneficiação de estradas regionais da ilha Terceira e uma redução de 39,3% no investimento em circuitos logísticos."
“Importa saber que medidas serão implementadas em 2020 para reverter esta situação”, rematou.
videos cds