O candidato do CDS/PP às próximas eleições legislativas regionais pelo círculo de São Miguel, Nuno de Bettencourt Gomes, defendeu que o projeto de construção de uma incineradora em São Miguel deve ser suspenso e reavaliado em face das alternativas existentes e da falta de um estudo de impacto ambiental atual.

O candidato, acompanhado da mandatária da candidatura para a Juventude, Cláudia Vieira, reuniu hoje com o «Movimento Salvar a Nossa Ilha», com o objetivo de conhecer a sua posição sobre o projeto de construção de uma incineradora em São Miguel, enaltecendo e agradecendo «o sentido cívico dos membros do movimento que, através da sua ação abnegada e voluntária, procuram defender a ilha de São Miguel e o seu ambiente, merecendo o nosso respeito e admiração».

O candidato afirmou que «ainda vamos a tempo de suspender a construção de uma incineradora em São Miguel, que custará cerca de 50 milhões de euros e irá comprometer as metas de reciclagem definidas e trará pesados custos para a qualidade ambiental e sustentabilidade da nossa ilha!».

O candidato assinalou ainda que «a declaração de impacto ambiental que suporta a construção da incineradora data de 2011, estando, portanto, completamente desatualizado. Além disso, o processo de construção da incineradora, que já vai no terceiro concurso público, é confuso: no primeiro concurso pretendia-se uma incineradora com capacidade de eliminação de resíduos de cerca de 90.000 toneladas por ano; no segundo concurso, em 2016, a capacidade proposta para a incineradora era de cerca de 70.000 toneladas por ano; o atual concurso estabelece como meta 56.000 toneladas/ano. Como é? Estamos a produzir menos lixo em São Miguel ou a MUSAMI/AMISM revelam falta de rigor técnico em todo este processo».

Recordando que está em curso no Tribunal Administrativo e Judicial de Ponta Delgada um processo para travar o terceiro concurso público lançado pela AMISM e MUSAMI para a construção da incineradora de resíduos urbanos na ilha de São Miguel, o candidato afirmou que «é importante considerar todas as alternativas existentes atualmente, nomeadamente a existência de capacidade da incineradora da ilha Terceira para eliminar todo o refugo do pré-tratamento de resíduos dos Açores, incluindo de São Miguel, e a importância de valorização da separação e reciclagem de resíduos, promovendo a sua gestão sustentável».

O Movimento Salvar a Ilha, representado na reunião por Filipe Tavares, foi constituído em 2017 e, para além dos seus membros integra as associações ambientalistas ARTAC, ZERO, Amigos dos Açores e Quercus - Núcleo de São Miguel.