O cabeça-de-lista do CDS/PP pela ilha de São Miguel às próximas eleições legislativas regionais, Nuno Gomes, defendeu que «a Reserva Natural da Lagoa do Fogo deve ser respeitada e que a requalificação do seu Miradouro pelo Governo Regional deve ser revista e enquadrada numa gestão integrada e sustentável, articulando a sustentabilidade ambiental com um acesso turístico ordenado». Nuno Gomes reuniu nesta segunda-feira com a Associação Ecológica Amigos dos Açores, na freguesia do Pico da Pedra, com o objetivo de conhecer as principais preocupações daquela associação relativamente ao ambiente dos Açores e, em concreto, sobre a requalificação que o Governo Regional pretende efetuar no miradouro da Lagoa do Fogo, com a construção de um túnel no interior da caldeira, como ponto de acesso àquele miradouro.
O candidato do CDS/PP afirmou, após o encontro, que «a obra que o Governo Regional pretende realizar será dispendiosa e não constitui a melhor solução para a conservação da reserva natural da Lagoa do Fogo, contribuindo, no futuro, para um aumento inevitável de turistas, implicando mais lugares de estacionamento, e uma pressão enorme sobre a caldeira».
Como alternativas a considerar, o candidato apontou a possibilidade de o acesso à montanha da Lagoa do Fogo ser efetuado, paralelamente ao uso de veículos privados, «através de autocarros com ligações aos parques de estacionamento já existentes nas vertentes da montanha, sujeitos a eventual pagamento pelos turistas, como forma de controlar o número de visitantes. Esta possibilidade valorizaria também, pela visibilidade que traria, outros locais de visitação turística, como o Salto do Cabrito, a Caldeira Velha e trilhos existentes». Referindo que para o CDS/PP a defesa do ambiente é essencial para assegurar a sustentabilidade dos Açores, Nuno Gomes afirmou que, no caso da Lagoa do Fogo «o trajeto pedonal mais sensorial e mais orgânico do visitante não passa por atravessar um túnel artificial, mas contemplar a Lagoa do Fogo, respirar o ar puro, deixar maravilhar-se pela natureza intocada da Reserva Natural».
A Associação Ecológica Amigos dos Açores manifestou a sua discordância com a intervenção que o Governo Regional pretende realizar, considerando a necessidade de definir um plano de gestão para a Lagoa do Fogo, embora considere importante a melhoria das condições de visitação.
Diogo Caetano, presidente da Associação Ecológica Amigos dos Açores, considerou que, embora o projeto não tenha um impacto paisagístico acentuado pelo facto de grande parte da estrutura prevista ser subterrânea, a construção do túnel está projetada para um local muito mais sensível do que nas Furnas ou nas Sete Cidades, implicando no futuro a necessidade de aumentar a oferta de parques de estacionamento. A Associação Ecológica Amigos dos Açores defende que deve haver controlo relativamente ao número de viaturas que acede à Lagoa do Fogo, usando como alternativa transportes públicos ou outros e considerando a eventual introdução de uma taxa a cobrar aos visitantes que contribua para diminuir a pressão turística sobre a caldeira.
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