Os candidatos do CDS-PP de São Miguel às próximas eleições regionais reuniram nesta segunda-feira com a direção da Terra Verde - Associação de Produtores Agrícolas dos Açores, na Ribeira Grande, com o intuito de conhecer o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por esta associação no âmbito do apoio, da formação e certificação dos produtores agrícolas.
O candidato e cabeça de lista, Nuno Gomes, afirmou que «a Associação Terra Verde tem vindo, ao longo dos seus oitos anos de existência, a desenvolver uma relevante atividade na área do setor agrícola com o desiderato de assegurar a sustentabilidade ambiental e económica das produções dos seus associados. Com o lema ‘Dar vida à Agricultura’, esta Associação tem promovido a dignificação do setor, nomeadamente através do apoio à certificação dos produtores, garantindo a implementação de boas práticas ambientais nas produções, e contribuindo para a segurança alimentar dos consumidores, por exemplo através do apoio técnico prestado aos produtores na aplicação de produtos fitofármacos. É de assinalar, para além disso, que a Associação, que conta atualmente com cerca de 160 associados, tem vindo também a promover atividades formativas, abertas ao público em geral, sobre culturas pouco expressivas ou inexistentes na ilha».
O candidato expressou ainda a sua preocupação pelo facto de a Associação Terra Verde, «não obstante ser proactiva no desenvolvimento da Agricultura junto das entidades que a tutelam, nomeadamente do Governo Regional, sentir dificuldade em fazer-se ouvir, nem sempre encontrando recetividade nas propostas e reivindicações que apresenta».
Nuno Gomes assinalou que, nos Açores, «o setor agrícola, a produção hortofrutiflorícola tem um grande potencial de crescimento; com efeito, este ano, dos 9 milhões de euros de hortofrutícolas comercializados pelas grandes superfícies, apenas 28 % foram de origem regional, o que significa que a Agricultura poderá ser uma alternativa para a redução do efetivo leiteiro, nomeadamente na ilha de São Miguel». O cabeça de lista afirmou ainda que «a nossa agricultura é hoje cada vez mais tecnicamente capacitada, inovadora, apoiada tecnologicamente na sua gestão, estando cada vez mais afastada da imagem de uma agricultura tradicional e rural que nada tem a ver com a realidade atual. Contudo, para além de necessitar de ser mais apoiada face à pecuária, a atividade agrícola enfrenta em São Miguel constrangimentos diversos que afetam negativamente a sua sustentabilidade económica, como, por exemplo, a inexistência de infraestruturas de apoio ao pós-colheita, razão pela qual, neste momento, os produtores de batata estão a ter perdas avultadas.»
De acordo com Nuno Gomes, «existe uma discriminação incompreensível entre os apoios atribuídos à pecuária e os apoios previstos para a agricultura. Com efeito, o prémio à primeira instalação, relacionado com as áreas de produção, para um jovem agricultor, por exemplo, está desfasado da realidade: enquanto um jovem na área da pecuária facilmente atinge o valor máximo de 50 000 euros de prémio, o mesmo jovem, ao investir na área da horto-fruto-floricultura, não conseguirá ir muito além do 1.º escalão, que corresponde a 22.300 euros de prémio. Em face disto, a Terra Verde apresentou uma proposta que diferencia não só a pecuária da agricultura, mas também a produção ao ar livre e sob coberto, defendendo a equidade entre setores, que deverá ser cada vez mais promovida pelo Governo».
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