A Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP, Deputada Catarina Cabeceiras afirmou nesta Segunda-Feira do Espírito Santo, Dia da Região, que "a conquista autonómica e os méritos do autogoverno devem ser realçados, com determinação, pelo sistema educativo açoriano".

A deputada do CDS-PP, que discursou na sessão solene comemorativa do Dia da Região, na Lagoa, frisou a importância da escola e do currículo educativo como "veículo para despertar as novas gerações para a relevância que a Autonomia assume para os Açorianos", tendo, pois, "um papel a cumprir junto dos mais novos, que serão os adultos de amanhã, na transmissão de conhecimento sobre a nossa História regional e local e, por conseguinte, no fortalecimento da nossa identidade e da forma de governo para as regiões insulares que saiu do pós-25 de abril".

"Hoje celebramos a concretização de um sonho da primeira geração de autonomistas açorianos", assinalou Catarina Cabeceiras, para quem "é tempo, pois, de celebrar e lembrar os que ousaram sonhar e que abriram o caminho ao triunfo autonómico".

A deputada alertou, no entanto, que "jamais podemos esquecer que a afirmação da nossa Autonomia é um trabalho de todos os dias, para o qual estamos todos convocados, desde cidadãos, Parlamento, Governo e representantes Açorianos na República, na Europa e no mundo".

A par do reconhecimento da História, a deputada considerou que "a melhor forma de festejar os Açores é assinalar a unidade da nossa Região", já que "apesar das nossas múltiplas diferenças, não se pode escamotear que as nossas similitudes existem e devem ser evidenciadas", como afirmação dos valores, da identidade e da filosofia de vida dos Açorianos. "Hoje, Segunda-feira do Espírito Santo, única festa que é comum a todas as nossas nove ilhas e à décima ilha que é a emigração, é simultaneamente o dia da nossa Região", salientou.

A líder parlamentar do CDS-PP observou que "esta nossa devoção ao Espírito Santo, na maioria das vezes, está associada a momentos difíceis, mas plenos de esperança e acreditando sempre que melhores dias virão. Assim o é, na ilha de São Jorge, que vive tempos difíceis desde o dia 19 de Março."

Os constrangimentos constantes com que nos defrontamos, bem como as singularidades que marcam a realidade de cada uma das nove ilhas dos Açores, apelam à solidariedade entre todas e à necessidade de "afirmar a nossa unidade" e trabalhar em prol de um "desenvolvimento harmonioso interno, afirmando o melhor de cada ilha, apesar das reivindicações legítimas que cada uma pode ter."

O dia da Região "é também momento oportuno para refletir sobre o papel que os Açores podem e devem assumir no contexto do país." Daí a necessidade de "falarmos a uma só voz" frente ao "centralismo crónico que muitas vezes grassa nos centros de poder nacionais", para fazer valer "o significado dos nossos ativos geopolíticos e geoestratégicos para Portugal e para o Mundo." A deputada salientou "a posição privilegiada dos Açores no apoio às linhas de comunicações marítimas e aéreas, ou ainda no controlo de um vasto e importante espaço estratégico e económico sustentado pela dimensão da subárea da zona económica exclusiva de Portugal, a maior da União Europeia", ativos que devem ser potencializados e priorizados, no seu entender.

Passados 45 anos de Autonomia, e "hoje mais do que nunca, a Autonomia deve ser um instrumento ao serviço da afirmação dos Açores", concluiu a deputada, que indicou como assuntos a ter em especial atenção o desenvolvimento económico da Região, o combate às alterações climáticas, os desafios da mobilidade e a adequação dos serviços de educação e saúde às necessidades dos Açorianos.