Em jornadas parlamentares na ilha do Pico, os deputados do CDS debruçaram-se sobre a sustentabilidade e diversificação da oferta turística do arquipélago dos Açores. Reuniram-se no segundo dia das jornadas com alguns empresários do setor, nomeadamente, com o Espaço Talassa, Vinhas do Calhau e Pocinho Bay.
No seguimento dos encontros, o Deputado Rui Martins afirmou que as jornadas parlamentares na ilha do Pico “foram muito importantes para tomarmos contato com aquilo que são fatores diferenciadores da oferta turística do Pico, e que tornam possível promover este destino de forma singular”, dando como exemplo “a produção vitivinícola da ilha e a qualidade desse produto não tem paralelo nas restantes ilhas do Arquipélago, e permite também alavancar o combate à sazonalidade, uma vez que ao longo do ano tem vários focos de interesse, desde a paisagem, à vindima até à produção de bebidas espirituosas, já no Outono.”
Em jeito de balanço dos trabalhos, Rui Martins acentuou que se nota existir um problema transversal a todas as áreas dos diversos setores económicos que “é a falta de mão de obra que, tanto dificulta o prosseguimento de investimentos já a decorrer ou projetados para a ilha do Pico, como afeta a disponibilidade e prestação de serviços de restauração”, uma dificuldade que se verifica “tanto com falta de mão de obra especializada, como com mão de obra mais indiferenciada.” Defendeu a prossecução “de medidas que possam garantir empregabilidade na época alta e especialização na época baixa, pois só assim se garante profissionalismo na hotelaria e na restauração. Não pode ficar fora dessa equação a formação porque essa é o garante da qualificação do Destino Açores”.
O Grupo Parlamentar defendeu ainda que “os apoios ao desenvolvimento e investimentos neste setor devem ser criteriosos e que a estratégia do governo regional dever estar focada em garantir retorno económico à Região.” Considerou-se que as atribuições de financiamento devem exigir períodos de permanência na atividade ajustados à rendibilidade e aos montantes financiados, afirmando que “o financiamento público deve garantir a prossecução de uma estratégia de qualificação e diversificação da oferta, bem como, crescimento económico, e não pode ser visto como uma oportunidade para em cinco ou sete anos, por exemplo, existir uma apropriação do património e um abandono da atividade.”
Perante uma procura turística cada vez maior do arquipélago, o grupo parlamentar entende ser “importante equilibrar a disponibilização de camas com a oferta de serviços complementares de hotelaria, mas também à existência e investimento em equipamentos, bem como a pressão e as capacidade de carga dos recursos naturais, até porque a massificação turística não traz forçosamente desenvolvimento económico e até o pode desqualificar”.
Em nome do grupo parlamentar do CDS Açores, Rui Martins concluiu que “a Marca Açores tem que garantir autenticidade e não deve ser usada e abusada por aqueles que nada têm a ver com ela”. Para garantir o seu valor há que “redefinir critérios para a sua atribuição, bem como fiscalizar por forma a garantir a sua singularidade e autenticidade”.
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