O parlamento açoriano aprovou nesta quinta-feira, por iniciativa do CDS-PP, uma recomendação ao Governo Regional dos Açores para que estabeleça as parcerias necessárias a posicionar a Região como destino de excelência para o nomadismo digital.

Visando “atrair pessoas que trabalham remotamente a partir de qualquer parte do mundo, sendo as únicas ferramentas necessárias, um computador e uma boa ligação à internet”, a iniciativa do CDS-PP tem por intuito “contrariar a sazonalidade que caracteriza a realidade da nossa Região” e atenuar “o fosso entre os indicadores económicos da época alta e os da época baixa”, especialmente nas ilhas mais pequenas, como é o caso de São Jorge.

À iniciativa do CDS-PP, apresentada em plena crise sismo-vulcânica na ilha de São Jorge, esteve subjacente a perspetiva de “reativar aquela economia com um nicho de mercado que procura locais calmos”, apontando-a como local adequado para implementar um projeto-piloto de nomadismo digital em moldes semelhantes ao que foi implementado na ilha da Madeira.

No texto justificativo da iniciativa, o Grupo Parlamentar do CDS-PP faz referência ao “exemplo da ilha da Madeira, onde em novembro de 2020 arrancou o projeto ‘Nómadas Digitais’, objeto de um investimento inicial de 30 mil euros”, estimando-se que “gere receitas de cerca de 18 a 20 milhões de euros por ano naquela ilha”.

“Com a implementação de um projeto desta natureza nos Açores pretende-se posicionar a Região num segmento que comprovadamente pode ser uma mais-valia económica, atraindo muitos nómadas digitais”, frisou o deputado do CDS-PP.

Atendendo a que “a época baixa é sempre de grande incerteza para o comércio tradicional, para o alojamento e para a restauração”, Rui Martins afirmou ser “importante implementar estratégias inovadoras que possam captar outros públicos”, envolvendo, designadamente, parcerias com entidades locais.

“Pela sua localização geoestratégica e pela sua riqueza natural, cultural e social, os Açores têm todas as condições para estar no topo da preferência de destinos dos nómadas digitais”, defendeu.