O deputado do CDS-PP/Açores, Rui Martins, lamentou as recentes declarações da Diretora do Serviço Diocesano da Pastoral Social dos Açores, Piedade Lalanda, relativas à taxa de pobreza e à diminuição do número de Açorianos a beneficiar de RSI.

Em declarações à Rádio Renascença, Piedade Lalanda defendeu que não podem ser retirados os apoios às pessoas e “deixá-las à deriva”, questionando se estas têm encontrado emprego ou se apenas deixaram de receber o RSI por “incumprimento do contrato de inserção”.

“Piedade Lalanda, foi deputada socialista e Secretária Regional da Solidariedade Social entre 2012 e 2014, teve responsabilidades diretas na área e deveria pugnar pela lisura quando se refere à pobreza que grassa nos Açores há longos anos”, afirmou Rui Martins.

O deputado do CDS-PP recordou que Piedade Lalanda foi gestora do projeto “Velhos Guetos, Novas Centralidades” e coordenadora da equipa executiva local de 2006 até à sua conclusão em 2008.

“Este projeto, financiado pelos fundos EFTA, implicou um investimento de valores avultadíssimos de 23 milhões de euros só em Rabo de Peixe para projetos de intervenção social e de combate à pobreza”, avançou.

“Ficou comprovado na altura que o projeto foi inconsequente e que a maioria dos objetivos propostos não foram atingidos o que deveria obrigar à reflexão e a colocar a mão na consciência pela parte de quem executou, no terreno, o projeto”, frisou.

“Enquanto Secretária Regional”, disse o deputado do CDS-PP/Açores, “verifica-se que Piedade Lalanda deixou como legado uma “elevada taxa de pobreza” que passou de 20,3%, em 2009, para 28,3% em 2014, tal como um “elevadíssimo Índice de Gini” que passou de 34,8%, em 2009, para 37,3%, em 2014, ano em que abandonou as suas funções.

Segundo Rui Martins, as declarações de Piedade Lalanda contribuem apenas para levantar suspeições que mereciam ser concretizadas e não o foram, e revestem-se por isso, de uma “desfaçatez inacreditável”.

As afirmações de Piedade Lalanda “ignoram a ligação estreita que tem existido entre a diminuição de beneficiários de RSI e o aumento significativo do número de pessoas empregadas”.

“Não há cortes cegos no RSI como dá a entender Piedade Lalanda. Há, isso sim, uma mudança de paradigma na credibilização de apoios sociais e na promoção da autonomia dos Açorianos, como não existiu no passado”, defendeu.

“Quem precisa, é apoiado. Quem se emprega e se autonomiza, deixa de necessitar do apoio”, salientou, realçando a “aposta na fiscalização criteriosa da atribuição de apoios sociais” que tem sido levada a cabo pelo Governo Regional dos Açores.

Os números mais recentes do RSI apontam para uma “redução continuada”, tendo-se registado em fevereiro de 2023 um total de 9. 318 beneficiários e 3.679 agregados familiares.