Os Grupos Parlamentares do PSD, do CDS-PP e do PPM querem apostar na promoção do Centro Histórico de Angra do Heroísmo como produto turístico de cultura e de património.
Neste sentido, delinearam um conjunto de recomendações ao Governo Regional dos Açores, as quais constam de um projeto de resolução apresentado nesta terça-feira e entregue à apreciação da Assembleia Legislativa Regional.
“Avizinhando-se o 40.º aniversário da classificação [pela UNESCO] do Centro Histórico de Angra do Heroísmo, importa refletir, e até repensar, de que forma se tem levado em conta, em Angra do Heroísmo, o estatuto de Património Mundial”, lê-se na exposição de motivos da iniciativa conjunta.
PSD, CDS-PP e PPM propõem, assim, “a criação de um grupo de trabalho”, do qual deverá resultar um “documento compilado do trabalho efetuado nos últimos 40 anos”, visando a avaliação da salvaguarda e conservação do património mundial, bem como de oportunidades para o valorizar e potenciar, “numa ótica da existência de um turismo sustentável”.
Aludindo ao “interesse extraordinário (…) de elevado valor e que todos temos a responsabilidade de proteger”, as bancadas parlamentares propõem ainda “a criação de plataformas que fomentem a mobilização da comunidade em função da sua integração no próprio património cultural”, um processo que “deve também criar condições ao desenvolvimento de um ecomuseu”.
Ademais, pretende-se criar duas rotas turísticas – a “Rota dos Descobrimentos” e a “Rota pelo Liberalismo” – em articulação com entidades públicas e operadores turísticos, regionais e nacionais, assim como promover formação em Património Mundial da UNESCO aos Profissionais de Informação Turística, “a fim de os capacitar na planificação, gestão e execução de projetos e atividades de divulgação, preservação e valorização da cidade”.
Em complemento, pretende-se que se prossiga e reforce a divulgação da informação sobre os achados arqueológicos subaquáticos existentes na Baía de Angra do Heroísmo.
No entender do Deputado Pedro Pinto, do CDS-PP, “é fundamental conhecer e dar a conhecer a riqueza patrimonial incomensurável que temos nos Açores, que não se restringe à Natureza”. Assim, “há que reconhecer o potencial turístico do nosso património e saber divulgar, indo ao encontro dos turistas que se deslocam pelo mundo por motivações essencialmente culturais”, defende.
Recorde-se que, no dia 1 de janeiro de 1980, a Ilha Terceira foi abalada por um sismo catastrófico, causa de grande destruição do património edificado. A candidatura de Angra do Heroísmo à classificação pela UNESCO foi um passo decisivo para garantir a preservação do legado histórico da cidade no processo de reconstrução. Em 1983, o Centro Histórico de Angra do Heroísmo foi inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO, tornando-se na primeira cidade portuguesa a obter tal estatuto.
videos cds