Rui Martins, deputado do CDS-PP, acusou Vasco Cordeiro de “passar por cima dos Açores e dos açorianos apenas para resolver a sua carreira política”.
Rui Martins teceu duras críticas à intervenção do deputado socialista na abertura do debate sobre o Orçamento e Plano Regional para 2024, no qual tentou justificar o já anunciado voto desfavorável por parte do PS com a tese de que a Região se pode governar sem a aprovação dos documentos de planeamento financeiro: “Vasco Cordeiro foi à tribuna dizer que o Parlamento é acessório, e que o Orçamento também é, afinal, acessório; que o Governo tudo pode, os documentos e o parlamento de nada servem. Uma tese, aliás, subscrita pelo Bloco de Esquerda”.
O deputado do CDS-PP condena Vasco Cordeiro por “usar todos os expedientes para antecipar eleições regionais”, de modo a, “se lhe correrem mal, poder ser assim, candidato ao Parlamento Europeu”.
“Que desespero é este que o leva a passar por cima dos Açores e dos açorianos, apenas para resolver a sua carreira política?”, questionou.
Para Rui Martins, neste debate “veio ao de cima a arrogância a que Vasco Cordeiro nos habituou durante duas legislaturas enquanto Presidente do Governo Regional. Veio ainda o baixo nível e o insulto, que em nada abona para o Partido Socialista dos Açores, e fica mal a um ex-Presidente do Governo Regional e Presidente do Comité das Regiões”.
Também surpreendente se revela a mudança de prioridades da bancada socialista, com base naquilo que havia sido a intervenção do deputado Carlos Silva no debate do Plano e Orçamento para 2020, o último da anterior legislatura de maioria socialista.
“O senhor deputado Carlos Silva, no Plano e Orçamento para 2020, achou fantástica a descida do desemprego para 7,3%, a mais baixa desde 2011”, recordou Rui Martins. “O que dizer agora de 6%?”
“O deputado Carlos Silva congratulava-se, também, porque havia descontos significativos nas creches. O que dizer agora que as creches são gratuitas para todos?”
“Dizia ainda o deputado do PS que ‘os dados publicados certificavam os bons resultados’. O que dizer do parecer favorável do Tribunal de Contas [sobre a Conta da Região de 2022]? O que dizer do rating da Fitch?”, observou Rui Martins.
Prosseguindo na comparação, Rui Martins tornou a citar Carlos Silva: “Atualizamos as tabelas salariais e revimos as carreiras dos professores”. Ao que pergunta: “O que diz agora o PS do novo estatuto da carreira docente?”
Perante a notória falta de argumentos válidos que fundamentem o voto contra o Plano e Orçamento para 2024, o deputado do CDS-PP afirmou: “Dizer que o PS está preocupado com os Açores e os açorianos não é apenas uma falácia, mas uma ‘requintada mentira’.”
Num balanço do que tem sido feito pelo atual executivo em prol das condições de vida dos açorianos, Rui Martins salientou que “à direita, o que queremos é tirar pessoas da pobreza, ao contrário de acabar com os ricos, que é o apanágio da esquerda”.
Uma política humanista, personalista e de direita que se pauta por “apoios sociais condignos”, nas palavras do deputado.
No que tem sido feito para fazer face “à necessidade de habitação, à carência alimentar e à carência de medicamentos, este Governo Regional tem implementado uma série de medidas que contribuem grandemente para aliviar os orçamentos das famílias”, salientou.
Horta, 21 de novembro de 2023
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