O Grupo Parlamentar do CDS-PP e o CDS-PP/Faial convocaram uma conferência de imprensa conjunta, para prestar declarações acerca do Parque Habitacional do Faial.

O Presidente da Comissão Política de Ilha do Faial, Rui Martins, afirmou que “o Partido Socialista, ao longo dos anos, meteu-se por atalhos, descurando as consequências”, referindo-se a negligência processual, que passado décadas se veio a manifestar.

Referindo-se concretamente ao caso de casas construídas na ilha do Faial, para realojar vítimas do sismo de 1998, Rui Martins aponta que este é um dos casos mais evidentes da negligência que pautou a atuação do Partido Socialista e da responsável pela tutela à época dos factos, a agora Deputada Andreia Cardoso, e que urge ser resolvido.

Neste caso concreto “o Governo Regional adjudicou a empreitada de construção de 8 casas à empresa Salbrum, para realojar vítimas do sismo, as quais pagou sem fazer escritura. A empresa entrou em insolvência e as casas, já pagas pelo executivo socialista, entraram na massa insolvente da empresa, podendo significar isso que as pessoas que foram realojadas em 4 dessas casas possam vir a ser despejadas”, explicou.

O Dirigente do CDS-PP destacou ainda que “este não é exemplo único da negligência socialista no que concerne à habitação na Região”, relembrando que “constatamos a mesma lógica no bairro de Santa Rita, na Praia da Vitória, onde o atual executivo teve de intervir para regularizar a situação dos terrenos que há anos se encontravam em situação irregular”.

“Ouvimos o Partido Socialista dizer muitas vezes que o importante é realojar as pessoas e que as questões processuais se veem depois. Neste caso, negligenciou-se a questão processual e agora a Região ficará sem o dinheiro que investiu e sem as casas que as famílias necessitam e pelas quais pagam renda”, finalizou Rui Martins.

O Dirigente do CDS-PP no Faial também usou esta situação para criticar a postura do PS nos debates sobre a habitação, afirmando que “ouvimos recorrentemente o Partido Socialista a apontar demora na execução de algumas empreitadas do PRR, quando foi esse mesmo Partido Socialista que nos deixou uma grande trapalhada e que não é de fácil resolução, exatamente porque não se preocupou com estas questões burocráticas, mas cruciais para a salvaguarda do interesse Regional”.

Rui Martins espera que esta situação que ocorre agora no parque habitacional do Faial seja resolvida juridicamente e que as pessoas, há anos realojadas, “possam continuar tranquilamente nas suas habitações, porque não existe nenhum cabimento em realojar, pela segunda vez, as vítimas do sismo de 1998 devido a incompetência política”.

Na conferência de imprensa, foi ainda referido que o Grupo Parlamentar do CDS-PP está a analisar a situação e que irá recorrer aos instrumentos necessários para esclarecer ainda mais os factos e apurar responsabilidades.