Artur Lima, líder do CDS e deputado eleito pela Terceira, referiu, esta terça-feira, na sequência de uma conferência de imprensa sobre o processo de acreditação internacional do Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira (HSEIT), que CDS vai enviar um requerimento para a Assembleia Regional a questionar o Governo Regional, sobre quais os motivos que levam à acreditação internacional do HSEIT, quais as entidades que foram consultadas para o processo de acreditação e o porquê de ter sido adjudicada a empresa Joint Commission International.
“O grande objetivo da acreditação é o turismo de saúde, captando doentes de outros lados para serem operados. Porém, se não têm resposta para os nossos doentes, como querem responder aos de fora? Isto é um insulto por parte do Conselho de Administração àqueles que necessitam de uma consulta e de uma cirurgia, ou seja, um verdadeiro atentado ao sofrimento psicológico e físico dos nossos doentes” – salientou Artur Lima.
Tendo em conta que “a Presidente do Conselho de Administração do HSEIT anunciou, durante a sessão de apresentação do projeto de acreditação do hospital, as supostas vantagens do processo, nomeadamente “garantir um ambiente seguro que reduz o risco para os utentes e prestadores de cuidados”, “oferecer indicadores quantificáveis de qualidade e segurança do utente” e “melhorar a gestão dos recursos humanos”, Artur Lima considerou ser importante esclarecer se existem riscos para os utentes e para os prestadores de cuidados no HSEIT, o que faz o Gabinete de Acreditação e Qualidade do Hospital e para que serve o Serviço de Recursos Humanos do Hospital.
No entender de Artur Lima, o que o Conselho de Administração devia fazer era dar resposta às necessidades da população que serve e o seu Gabinete de Comunicação e Imagem devia ter publicado na página do Hospital o tempo de espera para as primeiras consultas de especialidade, o tempo de espera para a fisioterapia e as listas de espera para os exames complementares de diagnóstico – nomeadamente a ressonância, a TAC, a ecocardiografia, as provas de esforço, a polissonografia – apneia do sono.
“Em vez do Conselho de Administração dar uma falsa ideia de eficiência e proatividade, devia cuidar devidamente dos utentes do Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira” – realçou Artur Lima.
Artur Lima estranhou que o Hospital não tenha seguido os modelos de certificação nacional, nomeadamente o que está disposto no Programa Nacional de Acreditação em Saúde e no Manual de Acreditação em Unidades de Saúde da Direção-Geral de Saúde, responsável pela certificação de mais de 150 entidades.
Para Artur Lima é tempo de o Conselho de Administração do hospital e a tutela “acreditarem-se junto da população que servem, porque estão cada vez mais desacreditados”.
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