A deputada Catarina Cabeceiras, do CDS-PP, atribui como causa da “pobreza estrutural que existe na Região”, o facto de “o Partido Socialista ter demorado 21 anos a afirmar e a reconhecer que a pobreza era um problema” nos Açores.
Para a parlamentar, é condenável que “o Partido Socialista, que deixou de governar [nos Açores] há pouco mais de três anos, venha com um discurso como se não tivesse nada a ver com isto, quando esteve 24 anos a governar esta Região”, disse Catarina Cabeceiras, durante o debate setorial de Saúde e Solidariedade Social das Orientações de Médio Prazo 2024-2028, do Plano Regional Anual e do Orçamento da Região Autónoma dos Açores para o ano de 2024, que decorre esta semana na Horta.
“Não podemos fazer tábua rasa das medidas implementadas por este Governo PSD/CDS/PPM”, considerou a líder parlamentar do CDS-PP, dando por exemplo políticas emblemáticas como a creche gratuita para todas as famílias, o Programa Nascer Mais, o Programa Novos Idosos, ou o aumento e simplificação do COMPAMID.
Durante a anterior governação socialista, “muitas vezes trouxemos [a debate] a questão da pobreza”, recordou Catarina Cabeceiras, acrescentando que, “na altura, o que era dito por parte da tutela era que ‘o combate à pobreza é um processo longo, exigente, de muita persistência, que não se compadece com imediatismos’”.
Estranha mudança de entendimento a do Partido Socialista, que “agora quer resolver tudo para ontem”, observou Catarina Cabeceiras.
Se, em 2018 e 2019, a situação social nos Açores sofria “a influência do que se vivia a nível nacional e a nível mundial (…), o que dizer agora, que vivemos uma situação sem qualquer paralelo?”, interrogou, apelando à reflexão.
Também no que concerne à Saúde, a líder parlamentar do CDS-PP desafia o PS a rever a sua posição de criticismo. Nos tempos de espera por uma consulta ou cirurgia, “que queremos melhorar, mas como é que [uma espera de] 476 dias não é melhor que [uma espera de] 540 dias? Como é que 373 dias não é melhor que 480 dias?”.
O Governo de Coligação PSD/CDS/PPM tem atuado positivamente em prol da Saúde nos Açores, e isso fica demonstrado na aposta “na valorização das carreiras dos profissionais de Saúde, algo que o governo anterior [socialista] não fez”.
No debate, Catarina Cabeceiras fez referência à realidade atual do Sistema Regional de Saúde, alterada pelo incidente no Hospital do Divino Espírito, deixando a nota de que importa que “no caso de uma ilha como São Jorge, sem hospital, em que tem existido uma melhoria na deslocação de médicos especialistas”, essa melhoria “não fique em causa” em virtude da situação que se atravessa.
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