A iniciativa conjunta do CDS e do PPM que propunha a revogação dos planos presenciais de recuperação de aprendizagens em períodos de interrupção letiva nas instalações escolares foi, esta quinta-feira, chumbada pelo PS e pelo BE. Para Artur Lima, o que resulta da aplicação destes planos presenciais de recuperação de aprendizagens, aprovados em sede de Plano e Orçamento da Região para 2019, com os votos favoráveis do PS, do BE e do PCP, é o “estigma dos alunos a recuperar e a desconsideração pelo trabalho, competência e dedicação dos nossos docentes e do nosso pessoal auxiliar”.
Artur Lima ressalvou que tanto o CDS como o PPM estavam certos quando votaram contra esta medida, uma vez que nem a classe dos professores nem os sindicatos representativos subscreveram a adesão a esta solução proposta pela esquerda parlamentar, que o próprio governo anunciou que não iria aplicar.
“Entendemos que a educação não pode ser palco de soluções experimentalistas” – reforçou o líder do CDS.
No entendimento do líder democrata-cristão, os planos de recuperação presenciais em período de interrupção letiva para os alunos com dificuldades de aprendizagem não foram “objeto de nenhum estudo prévio que justificasse a solução apresentada e muito menos considerada a possibilidade e a eficácia da sua aplicação” nem têm “nenhuma correspondência técnica ou científica no que respeita à pedagogia no universo escolar”, contrariando, aliás, aquilo que está disposto na Convenção sobre os Direitos das Crianças, onde está estipulado que estas têm o direito ao repouso e aos tempos livres.
“O que fica desta medida é que haverá alunos que não têm férias como os outros porque não foram capazes de atingir os objetivos. O que fica desta medida é que os professores, já esgotados pela falta de recursos e pela carga de trabalho, terão que reformular a sua organização nas pausas letivas e até abdicar, forçosamente, das suas férias. O que fica desta medida é que as escolas, remetidas a recursos humanos mínimos, terão que adaptar os seus quadros de auxiliares para responderem a esta nova realidade” – frisou Artur Lima.
Segundo o Presidente do CDS, “a solução para fazer face às dificuldades de aprendizagem dos nossos alunos tem que ser construída multidisciplinarmente, ouvindo os intervenientes do processo e atendendo a critérios de adaptação e inclusão que prevejam e rejeitem a diferenciação e o estigma no universo escolar”.
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