O Presidente do CDS, Artur Lima, referiu, esta terça-feira, na sequência da interpelação ao Governo Regional sobre pobreza e exclusão social promovida pelo Grupo Parlamentar do CDS, que são precisas respostas efetivas que invertam a tendência de empobrecimento na Região, sendo que as medidas a implementar devem ter em consideração a necessidade de afastar o estigma social e a guetização da pobreza. Neste sentido, a deputada do CDS, Rute Gregório, salientou também que “é preciso integrar, autonomizar e dignificar a vida dos que estão em situação de pobreza, não pela via das dependências, de situações de sujeição e de estigma que atravessam gerações”, mas pela “respetiva capacitação e pelo fortalecimento das respetivas capacidades”.
No diagnóstico feito sobre a situação de pobreza no arquipélago, o CDS recordou que os dados mais recentes continuam a atribuir à Região o último lugar, com uma percentagem de 31,5% face aos 17,3% da média nacional, na taxa de risco de pobreza. Para os democratas-cristãos, “31,5%, o pior resultado do país, é o triste número que nos marca nas estimativas de representação da pobreza nas regiões portuguesas; é o número que nos diz que, praticamente, 1 entre 3 açorianos (33%) vive em situações de inequívoca privação”.
Quanto aos restantes dados disponíveis que, no entendimento do CDS, são “maus mas não são inesperados”, fica demonstrado que, nos Açores, “o RSI apresenta uma média 3,5 vezes superior à média nacional, a taxa percentual de abandono precoce de educação e formação é mais do dobro da média nacional, a taxa percentual da população com 15 ou mais anos sem ensino secundário apresenta 9 pontos percentuais acrescidos relativamente à média nacional, a proporção de pessoas entre os 18 e os 64 anos que participaram em atividades de aprendizagem ao longo da vida é pouco mais de metade dos homólogos nacionais”.
No quadro da interpelação ao governo, a deputada do CDS, Rute Gregório, afirmou ainda que, face aos dados referidos, “as medidas tomadas, enfatizadas e repetidas não têm sido suficientes para afastar o espectro de uma pobreza que se apresenta crónica, estrutural e intergeracional, como aliás o é em todo o país”. Segundo a deputada, “a verdadeira mudança” faz-se através da promoção da educação, da formação e da escolarização, uma vez que a “integração e a adaptação sociais, a autonomia e a dignidade individuais e das comunidades” passam não só pelo desenvolvimento de competências intelectuais, técnicas e profissionais como também pelo desenvolvimento das competências comportamentais, relacionais e socais que permitam a “adaptação à árdua tarefa que é viver em sociedade, quando o ponto de partida é tão vulnerável. Servir todos os açorianos é a missão da nossa Autonomia; servir os açorianos que se encontram em privação e em situação de maior vulnerabilidade é uma exigência e uma obrigação” – reiterou Rute Gregório.
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