O Deputado Pedro Pinto, do CDS-PP, interveio hoje no debate sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, promovido pelo Bloco de Esquerda.
Na sua intervenção, o Deputado rejeitou firmemente o que classificou como uma abordagem "simplista e manipuladora" por parte do Bloco de Esquerda, acusando o partido de ocultar factos essenciais da história e de instrumentalizar o sofrimento do povo palestiniano para fins ideológicos.
O Deputado sublinhou que “nenhum açoriano, nem nenhum português, se sente indiferente ao que se passa em Gaza”, acrescentando: “Sinto-me profundamente perturbado com o sofrimento humano, com a tragédia que atinge civis inocentes de ambos os lados do conflito.” No entanto, advertiu, “não é o sentimentalismo que deve guiar decisões políticas sérias e complexas como esta”.
“Não podemos apagar da equação o ataque terrorista do Hamas a 7 de outubro de 2023, que desencadeou a atual escalada de violência. Branquear esta realidade é manipular desavergonhadamente a opinião pública”, afirmou Pedro Pinto.
O Deputado sublinhou ainda que o Hamas “não representa o povo palestiniano”, antes o mantém como “refém” e “escudo humano”, lembrando que a organização tomou de assalto a Faixa de Gaza, afastando a Autoridade Palestiniana – esta sim, reconhecida internacionalmente como legítima representante do povo palestiniano.
Pedro Pinto frisou que o CDS-PP não é indiferente ao sofrimento vivido em Gaza, mas defende que a paz só será possível com o afastamento do Hamas do processo político: “Com o Hamas na equação, é impossível alcançar um diálogo sério e duradouro.”
Recusando que o Parlamento açoriano seja instrumentalizado numa “causa de fação”, o Deputado recordou que o Estado português já se pronunciou sobre a matéria e que, como parte
de uma comunidade de nações europeias, os Açores devem alinhar-se com os valores de democracia, segurança e prosperidade que essa pertença representa.
“O que o Bloco de Esquerda pretende é legitimar o Hamas como governo de um futuro Estado palestiniano. Isso é inaceitável”, concluiu.
O CDS-PP reafirma o seu compromisso com uma solução de dois Estados, mas defende que essa solução só será possível com o respeito pela verdade, pelo direito internacional e com a exclusão de grupos terroristas do processo negocial.
Horta, 11 de julho de 2025.
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