O Deputado do CDS/Açores, Jorge Paiva, destacou no âmbito do Plano Anual Regional para 2026, a importância dos investimentos previstos na área do Desenvolvimento Turístico, Mobilidade e Infraestruturas, sublinhando o impacto direto que terão no futuro de São Jorge.

Começou por destacar a transversal da ilha, com uma dotação superior a 4 milhões de euros, lembrando que se trata de uma antiga promessa que agora passa a realidade.

“Os jorgenses reivindicaram-na, o CDS assumiu-a como prioridade e o Governo da nossa coligação está a executá-la”, frisou Jorge Paiva, referindo que agora há que ter conhecimento do atual ponto de situação da obra da transversal, bem como do início previsto da requalificação do Museu Francisco Lacerda.

O Deputado abordou também um tema que considera central para o concelho da Calheta e para toda a ilha: o porto da Calheta. Recordou que foi lançado, há cerca de um ano, o concurso para o estudo e projeto de reordenamento, classificando a obra como “absolutamente fundamental para a segurança, para a economia e para as atividades piscatória e turística”.

Jorge Paiva questionou o Governo sobre os passos concretos que se seguem nesta matéria e reforçou que “é difícil explicar aos jorgenses a demora numa obra tão essencial, mesmo sabendo que não é possível fazer tudo ao mesmo tempo”.

Já no domínio do mar, o Deputado reconheceu avanços na proteção dos recursos marinhos, salientando que “o mar continua a ser uma das maiores riquezas dos Açores e têm sido dados passos importantes na gestão sustentável, preservando ecossistemas e garantindo futuro ao setor”.

Contudo, alertou para a importância do rejuvenescimento da pesca, no sentido de atrair e fixar novos profissionais, justificando que existem jovens motivados e dispostos a construir a sua vida na pesca.

Por outro lado, Jorge Paiva criticou a manutenção de licenças atribuídas há vários anos que hoje têm atividade residual ou nula ao mesmo tempo que jovens enfrentam dificuldades para obter uma licença ativa.

“Não basta incentivarmos os jovens a acreditar na pesca se depois lhes fechamos a porta no primeiro requisito para exercer a atividade”, disse o Deputado, alertando que “é necessário ultrapassar esta situação sob pena de perdermos uma geração inteira de novos pescadores, tendo todos a responsabilidade de evitar que isso aconteça”.

O Deputado do CDS avançou ainda para o setor agrícola, sublinhando que “hoje vive-se um ciclo positivo na agricultura em São Jorge”.

Destacou que o leite produzido na ilha “é atualmente o mais bem pago de Portugal e um dos mais valorizados da Europa”, acrescentando que “também o preço da carne se destaca entre os mais elevados do país”.

Para Jorge Paiva estes resultados “não acontecem por acaso: são fruto do trabalho incansável dos agricultores e de políticas públicas que criaram condições para o setor prosperar”.

No entanto, advertiu que é essencial garantir que este ciclo seja estrutural.

“Apoiar a agricultura de São Jorge é garantir o futuro da nossa economia e da nossa coesão territorial”, sublinhou.

Neste sentido, o Deputado elencou três desafios centrais: a modernização do matadouro, que considera determinante para assegurar competitividade e condições à altura da qualidade das produções da ilha; a continuidade da requalificação dos caminhos agrícolas, essencial para reduzir custos e melhorar o dia a dia de quem trabalha no campo; e o reforço da capacidade de armazenamento de água.

“Num contexto de imprevisibilidade climática, armazenar água é talvez a medida mais estratégica para proteger a lavoura”, afirmou Jorge Paiva, referindo que importa saber se o investimento previsto no Plano e Orçamento para 2026 responde adequadamente a estas necessidades.

Jorge Paiva concluiu reafirmando que “garantir infraestruturas modernas, setores produtivos robustos e oportunidades reais para os jovens é garantir o futuro de São Jorge”.

Horta, 27 de novembro de 2025