No decorrer da discussão do Plano e Orçamento da Região para 2019, o deputado do CDS, Alonso Miguel, abordou os investimentos previstos, nas diversas áreas da governação, na ilha Terceira que, segundo o democrata-cristão, “voltam a ficar muito aquém das reais necessidades da ilha”, sendo que dos “cerca de 163 milhões de euros inscritos, o valor de investimento propriamente dito não vai além de 40 milhões, o que, obviamente, defrauda as expetativas dos Terceirenses”.
O deputado do CDS referiu que “se aprofunda o hábito do PS fazer render as promessas durante anos a fio, com projetos, apresentações públicas e algumas primeiras pedras”, como é o exemplo do “Terminal de Cargas da Aerogare Civil das Lajes” que “é uma promessa de 1999”. Em relação ao Porto da Praia da Vitória, Alonso Miguel salientou que “apesar dos sucessivos e adornados destinos a dar àquele porto, desde a plataforma logística até ao hub atlântico, a verdade é que aquele ativo verdadeiramente estratégico continua sem uma solução à vista”. Quanto à construção da rampa Ro-Ro do Porto das Pipas, o deputado centrista realçou que “continua, como sempre, a sofrer inexplicáveis atrasos, e que apesar da verba inscrita no Plano, com a suspensão da linha lilás até ao final da construção do novo navio de transporte de passageiros, não é difícil adivinhar que não será desta que o projeto sairá do papel”.
Quanto ao investimento na educação, o deputado do CDS asseverou que “a situação é igualmente preocupante para a Terceira”, uma vez que “para além de uma redução de 1 milhão de euros na verba destinada ao apoio social, o que se verifica é que as poucas obras previstas para a ilha vão-se perpetuando no tempo, arrastando-se de ano para ano, como acontece com a reparação da Escola Vitorino Nemésio e a reparação do complexo desportivo da Escola Jerónimo Emiliano de Andrade”.
Relativamente à saúde, Alonso Miguel salientou o “desinvestimento” e a “incapacidade deste Governo em atender às reivindicações e às necessidades dos Terceirenses”, dando o exemplo da unidade de radioterapia, “construída para fechar antes de abrir”. No entender do deputado centrista, “este é um exemplo do mau planeamento, da má gestão, da falsa promessa e do esbanjamento de milhões de euros”.
“Na agricultura, o principal pilar da economia açoriana, verifica-se uma redução superior a 5 milhões de euros nas verbas destinadas à ilha Terceira. Numa altura em que cada vez mais se justifica um reforço da aposta neste setor, e no final de um verão marcado por uma seca severa que trouxe prejuízos aos agricultores terceirenses, o Governo Regional, incompreensivelmente, opta por um doloroso corte no investimento destinado à Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural” – referiu Alonso Miguel.
Ao nível do turismo, o deputado democrata-cristão mencionou que “de acordo com os dados do Serviço Regional de Estatística relativos ao Verão IATA, a Terceira foi a ilha que menos cresceu em termos de passageiros desembarcados, tendo mesmo registado uma quebra no número de passageiros desembarcados nos meses de junho e julho, relativamente a 2017”.
No que diz respeito ao ambiente, Alonso Miguel criticou a “redução de cerca de meio milhão de euros no investimento em recursos hídricos da ilha Terceira”, investimento esse que “tem vindo a ser sucessiva e drasticamente diminuído”. Relativamente ao abandono do projeto da construção de uma central hídrica reversiva na ilha Terceira, o deputado centrista referiu que “é apenas mais uma machadada no famigerado PREIT”.
“Os terceirenses não querem promessas para um futuro que nunca chega. Os terceirenses querem e precisam que se recupere do passado e que se cumpra o presente” – afirmou Alonso Miguel.
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