Esta quarta-feira, durante a discussão do Plano e Orçamento da Região para 2019, o deputado do CDS, Jorge Paiva exigiu que fossem cumpridas e executadas as promessas e os compromissos assumidos em relação à ilha de São Jorge e que o Governo Regional “efetive políticas que respondam às necessidades dos Jorgenses e dos mais diversos setores económicos da ilha”.
“Apesar do “novo ciclo” tão proclamado pelo Governo Regional e por esta maioria, deparamo-nos continuadamente com a apresentação de investimentos, que se arrastam ao longo do tempo em anteprojetos, projetos, cerimónias de apresentação e lançamentos de primeiras pedras. Em São Jorge, os Jorgenses esperam e desesperam.” – referiu o deputado do CDS.
Na saúde, Jorge Paiva mencionou que, em São Jorge, “continua sem existir uma eficaz e funcional articulação entre os hospitais e os centros de saúde e sem uma correta articulação das consultas e exames dos doentes deslocados”. Neste seguimento, questionou o Secretário Regional da Saúde sobre “como podem os Jorgenses perceber “tanta pompa e circunstância” dada à acreditação dos Centros de Saúde da Calheta e Velas, quando o sistema de saúde falha sistematicamente e os Jorgenses se deparam com constrangimentos e obstáculos no acesso à saúde”, lamentando também que “um doente tenha de ser transportado de semirrígido de São Jorge para o Pico, para depois ser encaminhado para o hospital, em condições marítimas adversas”. Jorge Paiva considerou ainda inaceitável a “entrega das credenciais na véspera do dia dos doentes se deslocarem para fora da ilha”, assim como o facto dos “utentes de São Jorge não conseguirem deslocarem-se, durante a época alta, para consultas e tratamentos, devido à indisponibilidade de lugares” e “não haver um quadro médico estável em ilhas ditas de coesão, tendo os utentes de estar constantemente a trocar de médico de família”.
Nas pescas, o deputado democrata-cristão alertou para a necessidade de efetivar políticas de incentivo à formação de jovens na atividade piscatória, uma vez que, em São Jorge, os quadros ativos são já de idade avançada. Jorge Paiva lembrou que, apesar de já se ter dado início à empreitada de requalificação do entreposto frigorífico das Velas, “ainda há muito a fazer”. Relativamente à indústria conserveira Santa Catarina, o deputado do CDS recordou que “há um ano atrás o PS dizia que as dificuldades já tinham sido ultrapassadas”, “mas agora vemos que este Governo tem intenção de a privatizar, podendo pôr em causa estes importantes postos de trabalho e uma empresa que representa um motor vital para a economia de São Jorge”.
Quanto à agricultura, o deputado do CDS considerou tratar-se de um “setor estrutural da economia de São Jorge”, enquanto que no setor da carne, para o deputado centrista, “o Governo continua a “assobiar para o lado” quanto ao matadouro de São Jorge, o mais antigo a laborar nos Açores, que não é contemplado como uma obra fulcral para o desenvolvimento e crescimento económico da ilha, ficando os produtores de carne esquecidos pelo Governo e pelo PS”.
“Quanto ao turismo, continuamos a assistir a uma sazonalidade muito acentuada que dificulta a vida dos nossos empresários que, por consequência, se deparam com muitas dificuldades para manter o seu negócio sustentável até à próxima época alta” – alertou Jorge Paiva. Neste sentido, questionou o Governo sobre “para quando uma real execução do Plano Integrado das Fajãs e para quando a eletrificação da Caldeira de Santo Cristo”.
No que concerne à política de acessibilidades, Jorge Paiva lamentou que na ilha de São Jorge, durante a época alta, tenha existido “falta de lugares, atrasos e cancelamentos sucessivos”, prejudicando os Jorgenses, para além de ter representado um sério prejuízo à economia local. “Continuamos a não ter uma política assertiva, eficaz e eficiente no que se refere aos transportes aéreos e marítimos. Não podemos descurar as situações urgentes que precisam de efetiva resolução, na ilha de São Jorge. Para quando a urgente obra de beneficiação da Estrada Transversal (Urzelina/Santo António), para quando a intervenção para melhorar a operacionalidade nos Portos da Calheta e para quando as obras no porto do Topo” – questionou o deputado do CDS.
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