O deputado e líder do CDS de Angra do Heroísmo, Alonso Miguel, e os dirigentes concelhios de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, André Castro e Ricky Batista, reuniram, esta terça-feira, com a Associação Agrícola da Ilha Terceira, com o propósito de analisar a situação da agricultura terceirense e regional, nomeadamente, quanto ao setor do leite.
No final da reunião, Alonso Miguel em declarações à comunicação social, salientou que o “modelo de produção de leite adotado no passado, de incentivo ao aumento da produção, com ajudas à quantidade, está ultrapassado e obsoleto”. No entender do deputado democrata-cristão, “insistir nesse modelo foi um erro que levou a que agora os nossos produtores estejam a pagar multas e a sofrer penalizações por excesso de produção”.
Alonso Miguel lembrou que o CDS tem vindo a defender, que a competitividade do nosso setor leiteiro está dependente da “redução dos custos de produção”, da “capacidade de inovarmos na transformação do leite em outros produtos lácteos”, da “valorização da qualidade, da excelência e características nutricionais, derivadas da alimentação em pastagem” e da “procura de novos mercados”.
O CDS entende que é “preciso não voltar a repetir os erros do passado”, nomeadamente no que diz respeito ao apoio à estabulação permanente, da qual o partido discorda frontalmente.
O deputado do CDS e Presidente do CDS de Angra do Heroísmo referiu que neste momento, “assistimos à degradação do preço do leite para mínimos históricos, aos mesmo tempo que os nossos produtores enfrentam penalizações superiores a 4 cêntimos por litro de leite”, o que, para o CDS, “é inaceitável”.
“O Governo Regional deveria ter tido a capacidade de antecipar este cenário ou até evitá-lo. É urgente uma nova estratégia, porque continuar a baixar o preço do leite não só é ineficiente, como traz graves prejuízos aos nossos produtores” – realçou o democrata-cristão.
Em relação à lavoura terceirense, Alonso Miguel considera ser “urgente a adoção de soluções que permitam acabar com o monopólio existente na ilha. Para isso é preciso vontade política e coragem, algo que tem faltado ao Governo Regional”.
Alonso Miguel lembrou que o CDS há muito que “vem alertando para a eminência da aplicação de penalizações aos produtores por excesso de produção de leite”, daí ter apresentado, em 2016, uma iniciativa legislativa que estabelecia um pagamento único aos produtores de leite açorianos, prevendo-se que o pagamento do POSEI à produção e à vaca leiteira fossem feitos com base num valor fixo, em função do melhor valor dos últimos 3 anos, decrescido de 5%. Cada produtor podia ainda optar pela redução até 20% da sua produção e do seu efetivo, sem penalização no pagamento do POSEI”. Esta é a solução que o CDS defendeu e só agora é reconhecida, passados três anos, pela Federação Agrícola dos Açores.
Para o deputado Alonso Miguel, é importante também recordar que o PS chumbou essa proposta do CDS, porque alegadamente teria melhores soluções, mas, ao que parece, afinal não tinha. Enquanto o Governo Regional não sair deste estado letárgico, infelizmente a nossa lavoura vai definhando e vai ficando cada vez mais asfixiada” – concluiu o deputado do CDS.
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